Estudo da CNI aponta: atividade inovativa no Brasil é insatisfatória

maio 18 • Notícias • 965 Views • Comentários desativados em Estudo da CNI aponta: atividade inovativa no Brasil é insatisfatória

Diante de um quadro de dificuldades financeiras, o Brasil sofre para voltar a ter uma economia pujante. Uma das causas para o revés da economia brasileira foi a queda brusca da produção e da competitividade industrial nos últimos anos. Muito disso se deve à pouca atividade inovativa no setor produtivo, como aponta pesquisa divulgada no dia 12 de maio pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O documento registra que 62% dos empresários que comandam negócios inovadores consideram que o grau de inovação no País não é satisfatório.

“Esta pesquisa comprova a importância do papel da inovação para a sobrevivência das empresas no mercado global e a necessidade de um esforço para criar um ambiente favorável para negócios inovadores no Brasil. Sem dúvida, a inovação é o meio mais estratégico para a indústria crescer e colher resultados mesmo em cenários adversos, como o atual”, afirmou o superintendente nacional do Instituto Euvaldo Lodi, Paulo Mól.

Do total de entrevistados, 54% consideraram o nível de inovação no Brasil “baixo”, enquanto outros 8% avaliaram como “muito baixo”. Outros 35% afirmaram “nem alto, nem baixo”, enquanto apenas 3% opinaram como “alto” o potencial de inovação brasileiro.

Os que opinaram como “baixo” ou “muito baixo” justificaram suas opções indicando fatores que travam a capacidade inovativa. Segundo eles, o atraso do Brasil se deve à defesagem tecnológica acumulada ao longo dos anos. Por consequência disso, a indústria é forçada a importar ou copiar métodos e processos de outros países. Além disso, os entrevistados avaliam que falta cultura de inovação nas empresas brasileiras de um modo geral. Eles também elencaram como entraves a falta de políticas de incentivo, a dificuldade de interação entre empresas e universidades e o baixo nível de educação dos profissionais.

Quadro geral

Mesmo com as dificuldades apontadas, 99% dos entrevistados afirmaram que a inovação faz parte da estratégia do negócios das suas empresas. Entre as motivações para inovar, o empresariado apontou a vantagem competitiva, o aumento da produtividade, o crescimento do lucro e do potencial de internacionalização como fatores principais.

O estudo mostrou também que as grandes empresas investem mais que as pequenas e médias em inovação. No primeiro grupo, 37,5% delas investem mais de 5% do orçamento em inovação; 10% indicam que o investimento está entre 3% e 5% do faturamento; em outros 27,5% o percentual é entre 1% e 3%. No segundo grupo, 21,7% destinam mais de 5% para inovação; 16,7% afirmam que fica entre 3% e 5%, enquanto a maior parte (31,7%) dizem que o percentual está entre 1% e 3%.

A questão dos recursos humanos é vista como entrave fundamental para o grupo de entrevistados. Para 89% deles, os profissionais recém-chegados ao mercado de trabalho não estão suficientemente capacitados. Grande parte das empresas, de qualquer tamanho, busca um perfil específico de profissional para fomentar inovação. Entre as características valorizadas estão proatividade, criatividade e habilidades de comunicação.

O fomento à atividade inovativa também entrou na discussão. Na opinião de Paulo Mól, é fundamental haver novas modalidades de subvenção econômica para estimular pequenas e médias empresas, além dos novos negócios, a investirem mais agressivamente em inovação.

“No Brasil, a empresa que quer inovar tem mais oferta de financiamento por linhas de crédito. E ter crédito disponível é essencial. Porém, nesses casos, é preciso devolver esse dinheiro depois. Isso afasta, por exemplo, micros e pequenas empresas, além de novos negócios. Quando falamos em inovação de resultado significativo, falamos de inovação radical e esse é um investimento arriscado. Por isso, defendemos a ampliação de recursos para financiamento na forma de subvenção, recursos não reembolsáveis, para estimular mais projetos de inovação. Isso irá incrementar o sistema de financiamento e estimular mais investimentos privados”, argumentou.

Fonte: Agência Gestão CT&I

Foto: Raja R (Do site freeimages.com)

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